domingo, 29 de março de 2009

DEPOIS DE REVELADA NADA MAIS MUDA (2ª TEMPORADA)

Na captura do momento, tempo e luz são as categorias essenciais. Pressionado o obturador da câmera, os anseios, as imperfeições, as moscas e a vida são congeladas na plataforma da memória. Não se pode voltar e reconstruir aquele trecho ínfimo - ou será infinito? - de existência, a não ser por meio das ferramentas de manipulação da contemporaneidade. O resultado, mosaico de óbvios e obtusos, é a intervenção sobre corpos em movimento, movimentos interiores.

Eis a magia redescoberta em “Depois de Revelada Nada Mais Muda”, montagem de dança contemporânea resultante da pesquisa de interface das linguagens da dança, teatro, fotografia e música, desenvolvida em 2008 pelo artista e pesquisador Danilo Bracchi. Apresentado pela Companhia de Investigação Cênica, o espetáculo volta à cena de Belém do Pará nos dias 24, 25 e 26 de abril, em sua segunda temporada, no Teatro Cuíra.

Transposição poética da criação fotográfica em imagens manifestadas através da dança - como se o frame pudesse, de fato, falar e se movimentar -, a encenação experimental busca compreender o processo de revelação da fotografia analógica em preto-e-branco. “Cada momento capturado pela máquina é a combinação complexa de variáveis como luz, tempo, intenção, movimento, sentimento. Tentamos mostrar isso. Tentamos mostrar como tristezas e alegrias aparecem em cenas rápidas, como flashes que nos invadem e que, depois, vão embora”, explica Bracchi.

Entram em cena, ao lado de Danilo Bracchi – que também dirige o espetáculo -, as atrizes France Moura e Marluce Oliveira. Sensibilizados como um papel fotográfico, estes intérpretes compõem percepções e emoções sob a luz e a imagem. “Depois de Revelada Nada Mais Muda” convida o público para um momento único de conexão de linguagens. O convite é dirigido especialmente a estudantes e profissionais das áreas de Artes, Comunicação e Letras, campos do conhecimento diretamente contemplados pela pesquisa.

“Depois de Revelada Nada Mais Muda” parte de uma pesquisa financiada pelo Instituto de Artes do Pará. É a primeira performance apresentada pela Companhia de Investigação Cênica, que tem os apoios fundamentais de Corpo Pilates e Espaço Cuíra, do qual é a atual companhia residente.


SERVIÇO

Data: 24, 25 e 26 de abril
Local: Teatro Cuíra (Riachuelo, esquina com 1º de Março)
Horário: 20h
Ingresso: R$20 (R$10 a meia)

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